A Lua e seus mistérios
À primeira vista a Lua seus mistérios e fascínios desde tempos imemoriais é fonte de admiração para o homem. Inspiração sobretudo romântica nossa vizinha tem ainda associação mitológica da divindade grega Selena ou da romana Luna.
O objeto notável mais próximo da Terra, nosso satélite natural está a uma distância variável em sua órbita, contudo podemos considerá-la em média a 384 mil Km. Sua origem é teorizada como fruto de uma colossal colisão cósmica entre nosso planeta e outro corpo celeste do tamanho de Marte. A Lua afasta-se a cada ano 4 cm, todavia apesar de menor em tamanho e massa ela tem influência e papel crucial no equilíbrio terrestre. A Lua atua diretamente nas marés e conforme seu posicionamento relativo ao Sol e a Terra. A estabilidade da inclinação do eixo da Terra é um fator preponderante para sucessão das estações e isso também tem participação lunar.
Há culturas que utilizam nosso satélite natural como referência de calendário como é o caso da China. A cultura popular aponta a duração da gestação humana em nove ciclos lunares, muitos médicos contestam, entretanto há uma realidade de aumento dos partos durante o completamento das fases lunares.
A conquista da Lua
Como não poderia deixar de ser, primordialmente a humanidade e seu desejo incessante de conquista viu na Lua uma meta. Com o advento da corrida espacial os dois blocos que se digladiavam pelo poder no mundo levaram ao espaço sua disputa. Soviéticos estavam à frente em quase tudo, sobretudo após o primeiro satélite artificial e o primeiro homem no espaço. Coube ao Presidente John F Kennedy com o desafio de levar e trazer de volta o homem de uma viagem à Lua até o final da década de 1960 a tarefa de expandir a fronteira da presença humana.
Nasce o programa Apollo e a busca em chegar ao nosso satélite natural e explorá-lo. Os objetivos do programa eram:
- Estabelecer a tecnologia para viabilizar os interesses dos EUA no espaço sideral;
- Obter proeminência no espaço para os Estados Unidos;
- Desenvolver um programa de exploração científica da Lua;
- Desenvolver as capacidades do homem para trabalhar no ambiente lunar.
Após um extenso programa de desenvolvimento e consolidação de conhecimento, finalmente em 20 de julho de 1969 a missão Apollo XI pousou na Lua. O comandante Neil Armstrong sintetizou todo esforço com a célebre frase: ” um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”. Com seis missões e ao todo uma dúzia de astronautas americanos pisaram em solo lunar e com exceção da falhada Apollo XIII, todavia desde a Apollo XVII em dezembro de 1972 nunca mais voltamos lá. Falta de interesse e vontade popular e política são os principais fatores intervenientes.
Uma nova corrida à Lua
Além dos antigos concorrentes China (que quer uma missão tripulada até 2030), também o Japão (com o rover Moon Sniper), Índia e sua sonda Chandranyaan3 se voltam para nosso satélite natural em uma nova e ampliada edição da corrida espacial. Há veículos robôs passeando e explorando o solo lunar. O que esperar desta vez, uma colonização ou estabelecimento de bases permanentes? Uma coisa é certa o ousado programa Artemis da NASA terá uma dura concorrência, dessa vez a conquista da Lua é pra valer. Tem espaço até para arte lunar, é o que promete a iniciativa Codex Lunar cuja ideia é enviar obras de diversos artista para levar a presença humana em nível cultural também para lá.
A Lua e seus fascínios
Uma nova temporada de visitação está diante de nós, desta vez vários países têm interesses científicos e comerciais em nossa vizinha celeste. Talvez uma ponte para Marte como propõe o visionário Elon Musk que quer colonizar o planeta vermelho partindo de bases lunares.
Tanto quanto a queda de Roma ou a tomada de Constantinopla iniciaram eras da nossa história igualmente a chegada à Lua talvez seja no futuro apontada como o início de uma nova era da humanidade. Enfim temos a Lua seus mistérios e fascínios que continuará, apesar de estar em fuga de nossa influência gravitacional, ainda a ser nossa companheira por incontáveis gerações. Muitos eclipses, super-luas, suas fases e influências nas marés e gestações seguem acompanhando a humanidade e inspirando os poetas.
Na Asia existe uma associação do coelho com a Lua, porque eles conseguiam ver um formato de coelho no relevo lunar, eu pessoalmente nunca consegui ver direito nenhum coelho
Interessante, vou pesquisar a respeito, obrigado pela contribuição Sr. Eduardo Maux, nota-se sua cultura e perspicácia! Um abraço.