Agora A lenda do Eldorado
À primeira vista a lenda de Eldorado tem fundamento na ganância humana, assim como a fonte da juventude o plano é viver rico e para sempre, mas será mesmo isso? Primeiramente no início do século XVI, o advento dos grandes descobrimentos marítimos de espanhóis e portugueses trouxe interação de europeus e os povos pré-colombianos nativos das Américas. Aqueles sobretudo acreditavam na gênese do ouro a partir da insolação em metais e naturalmente isso seria comum em terras tropicais.
A origem da lenda
Colombo chegou às Américas em 1492, a seguir a busca por terras mais quentes direcionou para o sul as expedições. No ano de 1512 com a chegada ao oceano Pacífico o explorador espanhol Pizarro descobre e conquista a civilização Inca em nome dos reis de Espanha. Na década de 1530 surgiram rumores de um país por nome “Meta” nas terras altas dos Andes. O monarca desse país é denominado El Dorado, ou O Dourado. Uma expedição chefiada por Jiménez de Quesada conquistou região central da atual Colômbia e tomou ao povo local uma enorme quantidade de ouro. Os saldos obtidos por Quesada alimentaram mais ainda a lenda de Eldorado.
Em 1535, Sebastián de Belalcazar ao conquistar os redutos incas soube por intermédio de um prisioneiro seu sobre Eldorado, uma lenda das tribos locais. O relato de que havia uma tribo chamada lendária chamada Chibcha. Esse povo cobria seu rei com fino pó de ouro em sua aclamação. Com o corpo todo dourado este ia ao meio da lagoa Guatavita em uma canoa e mergulhava várias vezes fazendo oferta ao seu deus de joias feitas de pedras. A crença dos índios transmitida aos conquistadores era que à noite, o rei após se lavar, no dia seguinte era coberto novamente de ouro, o que apontava para a abundância do cobiçado produto.
Primordialmente a busca pelo Eldorado chegou a constar nas instruções aos navegadores a caminho das Índias para atentarem para pistas da mítica cidade.
Posteriormente no século XIX surge a hipótese do mineral laminar mica, também chamado de areia de ouro ser o agente causador da cobertura dourada do rei Chibcha. Então a imagem de um homem coberto pelas lâminas aderidas ao seu corpo pode explicar o brilho dourado como ouro que confundiu os indígenas.
A nova busca pelo Eldorado
Em 1925, o explorador e aventureiro inglês Percy Fawcett fez uma das últimas procuras pelo Eldorado. O capitão Fawcett, como era conhecido, desapareceu em uma expedição nas selvas e sertões brasileiros dos estados de Rondônia e Mato Grosso. O alvo de suas aventuras eram a busca pela Cidade “Z” e esta seria o Eldorado. Fawcett, seu filho e um amigo nunca retornaram. Supostamente foram mortos por índios locais na região da Serra do Caiapó.
Com o advento das redes sociais surge uma nova lenda ligada ao Eldorado, seu nome é Ratanabá. Boatos com imagens e depoimentos de exploradores locais apontam uma civilização amazônica extremamente avançada. O problema está na incongruência cronológica dos fatos. A hipótese é de que essa civilização habitou a região amazônica há 600 milhões de anos, dessa forma é difícil crer nessa possibilidade, a Era geológica do Paleozóico nem sequer havia dinossauros. Conforme os posts afirmam os restos arqueológicos de Ratanabá são maiores do que a cidade de São Paulo, essa cidade gigantesca seria a origem de Eldorado? Todavia há teorias da conspiração ligando o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira com as tentativas de encobrir a nova Eldorado.
Lenda e realidade
Enfim a lenda do Eldorado, em que pese ter raízes históricas plausíveis para explicá-la, definitivamente não encontra racionalidade em reverberar até hoje. Ratanabá, cidade “Z” ou Eldorado cabem no imaginário popular, assim devem permanecer lá, tema para livros, filmes e séries e não para dispêndio de recurso humanos e materiais.
Por Mark Francis