A descoberta dos manuscritos do Mar Morto

A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto

A descoberta dos manuscritos do Mar Morto é considerada pela maioria dos historiadores como sendo o maior achado arqueológico do século XX e uma da maiores de todos os tempos.

À primeira vista parecia ser só mais um dia na vida de um grupo de beduínos árabes criadores de cabras. Um desses pastores, em busca de animais perdidos encontrou acidentalmente jarros de cerâmica com um conteúdo especial. O ano era 1947, no ano seguinte nasceria o Estado de Israel e até 1956 foram seriam encontrados em 11 jarros iguais nas cavernas do Qumran, no deserto da Judeia, na Cisjordânia então um conjunto arqueológico denominado os manuscritos do Mar Morto.

A disputa pela posse dos manuscritos do Mar Morto

Em seguida a descoberta, suspeitando haver nela algum valor os beduínos ofereceram o seu achado na cidade de Belém, todavia não obtiveram êxito. Ato contínuo obtiveram propostas do clérigo chefe de mosteiro ortodoxo sírio em Jerusalém e São Marcos em Jerusalém e de Eleazar Sukenik  um professor e arqueólogo da Universidade Hebraica em Israel. Este professor adquiriu posteriormente também os documentos de posse do mosteiro por 250 mil dólares.

Então, já em 1948 cientistas  reconheceram o conteúdo do achado como autêntico. Posteriormente, em 1954, o governo de Israel, comprou do historiador todo conteúdo negociado em mercado e obteve a parte restante como espólio de guerra. Com o advento da Guerra dos Seis Dias entre Israel e uma colisão de vários países árabes e aliados o Estado judeu passou a deter o acervo do Museu Arqueológico da Palestina. Assim retornou ao controle do povo judeu todo conjunto dos manuscritos.

O conjunto encontrado são 930 peças de textos em hebraico e aramaico. São feitos em papiros e pergaminhos  e devido ao seu estado de conservação e muitos códigos tem sido um desafio aos arqueólogos decifrá-los.

Os autores dos manuscritos

Os autores dos manuscritos são os Essênios, um grupo de judeus composto por Fariseus, Saduceus e Zelotes. O ambiente seco do deserto ajudou a preservar o conteúdo dos jarros e seus autores intencionalmente usaram sal para ajudar na conservação do material.

Os autores seguiam uma seita judaica messiânica de princípios doutrinários que os afastava da sociedade da época. Essa comunidade habitou na região de Quram desde dois séculos a.C. até meados da segunda metade do século I. Essa seita era coletivista, não tinham propriedades privadas entre eles. Os Essênios, assim nominados pelo historiador romano Flávio Josefo, tinham regras próprias e rituais distintos. Esse povo seguia um calendário próprio com 364 dias, diferente do calendário lunar judaico. Os manuscritos do Mar Morto lançaram luz sobre o modo de vida peculiar dessas pessoas que viveram à margem da sociedade dos judeus na região da Cisjordânia.

A importância dos textos dos manuscritos

Além de textos bíblicos há ainda mensagens religiosas não contidas nas sagradas escrituras cujo conteúdo é alvo de controvérsias. Contudo, os manuscritos confirmam o conteúdo da bíblia, haja vista que os textos em hebraico mais recentes datavam do século X, exceto o papiro Nash. Apesar de anterior em descoberta o papiro Nash, datado como por volta para cerca de 150-100 a.C. é mais novo que os manuscritos do Mar Morto daí a importância da descoberta!

Havia entre os textos todos os livros bíblicos, a exceção do livro de Ester.  Alguns livros encontrados como o de  Isaías está completo, contudo Gênesis tem apenas pequenas partes, todavia de profunda relevância aos estudos, com trechos escritos em primeira pessoa!

Como resultado da descoberta, aquisição, restauração e estudo os cientistas especializados em antiguidades se esforçam em decifrar os textos encontrados. Em suma, o teor dos manuscritos transborda para além  da metafísica, religião e geopolítica, há muito por descobrir.

 

Por Mark Francis

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