A biblioteca de Alexandria, primeiro centro de estudos da humanidade

As primeiras bibliotecas da história

A biblioteca de Alexandria, centro nervoso do mundo antigo, despontou como o grande repositório do conhecimento humano da antiguidade e consequentemente de produção do saber. A pré-história se caracteriza pela ausência de registros escritos, com o advento da escrita passamos a viver a história humana em suas diversas fase. A periodização da história é importante para o entendimento de onde se situou a biblioteca de Alexandria, sua importância e significado. A cidade de Uruk na Suméria, atual Iraque, é a primeira a constituir reunião de documentos escritos como conhecemos, isso por volta de 3 400 a.C. Uma proeminente biblioteca foi estabelecida na cidade de Nínive, no império assírio do rei Assurbanípal fundada entre 668 e 627 a.C.

Surgimento da biblioteca de Alexandria

O Reino Ptolemaico do Antigo Egito fundado pelo grego faraó Ptolomeu I, possivelmente  influenciado pelo ateniense Demétrio de Faleros estabeleceu a biblioteca de Alexandria durante o século III a.C. . A proposta era reunir todo conhecimento humano existente em um único lugar, a biblioteca fazia parte do complexo palaciano de pesquisa denominado Museu. Analogamente ao famoso farol da cidade a biblioteca é comparável a um foco de luz no mundo antigo. Conforme crescia a importância da cidade trabalhavam no museu  as mais brilhantes mentes do mundo antigo.

Todo conhecimento do mundo

Filosoficamente este repositório antigo do conhecimento é apontado como a pedra angular que lançou o homem na conquista espacial. Os estudiosos locais estudavam o cosmo, palavra grega para se referir à ordem do Universo, em certa medida o oposto de caos. O por quê sob o qual se debruçaram os estudiosos da época era entender o mundo em que vivemos, já o “para quê” pode ser objeto de muita especulação.

Foram seus frequentadores e contribuintes:

  • Eratóstenes de Cirene, o primeiro a afirmar por meio de um experimento que a Terra é redonda e mediu aproximadamente o planeta por volta de 240 a.C;
  • o astrônomo Hiparco  que mapeou as constelações e estabeleceu o brilho das estrelas;
  • Euclides, o matemático que sistematizou a geometria;
  • Dionísio da Trácia, que definiu as partes do discurso, substantivo, verbo, etc. Dionísio fez pela linguagem o que Euclides fez pela geometria;
  • Herófilo, médico e anatomista grego que identificou o cérebro e não o coração como o centro da inteligência Herófilo;
  • Arquimedes, o maior gênio da mecânica até Leonardo Da Vinci.

O fim da biblioteca de Alexandria

Imperador romano Júlio César mandou atacar a cidade de Alexandria no ano de 48 a.C., o que gerou um incêndio que destruiu grande parte do seu patrimônio. Do mesmo modo no século II houve rebeliões civis que acabam por destruir o acervo contido nas instalações. Logo depois Caracala, outro imperador de Roma em 215 d.C. saqueou a cidade resultando em mais uma enorme baixa à biblioteca

Em seguida, ocorreu um abalo sísmico no ano de 365, já este deu cabo de parte da construção. Então posteriormente visando à preservação do conteúdo restante 40 mil peças foram trasladadas para outra biblioteca no Templo de Serápis. Finalmente esta providência salvou o acervo restante que está preservado até hoje. Contudo perderam-se obras como tratado de astronomia de Aristarco cujo teor inferia tratar-se nosso planeta de um astro em órbita do Sol e também peças teatrais de Ésquilo, e Aristófanes.

Houve um abalo significativo com a adoção do cristianismo como religião do Império Romano, pois ocorreu a  destruição das obras em desacordo com os ditames oficiais do governo.

o renascimento

A biblioteca de Alexandria e seu significado reverberou no tempo e  a empresa norueguesa Snøhetta  projetou a sua reconstrução, cuja ideia surgiu em 1974. Assim após sete anos  esse símbolo histórico do saber humano ressurgiu  ao público em  2002, seu acervo possui  agora cerca de 400 mil livros. Os principais financiadores da instituição foram a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e o governo egípcio e o custo total da obra rondou então por volta dos 200 milhões de euros. O que se espera é que esta seja  uma referência na busca pela preservação do conhecimento e conquistas intelectuais da humanidade.

 

Por Mark Francis

 

 

 

 

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